(...) __Vamos assistir a um
concerto de música clássica na Igreja de São Nicolau, que fica na praça da
cidade velha (...) pág.49.
(...) O lugar que sobrou era tão
estreito que era impossível não se tocarem. O concerto começou logo em seguida,
não dando tempo para falarem mais nada. O som da Ave Maria de Schubert começou a encher o ambiente de música e
emoção. Irina não sabia se aquela sensação de prazer que começava a sentir
vinha da linda música ou do calor do corpo de Angel. Podia sentir o nylon da
meia dela em sua perna, e seu braço tocando o dela.
As músicas sucediam-se, uma mais
bela que a outra. A acústica daquele templo fazia com que a plateia fosse
levada, como num sonho, a flutuar pelas notas que saíam dos instrumentos. Irina
sentia seu corpo cada vez mais quente. Estava sendo invadida por uma sensação
maravilhosa. O momento era mágico, era como se o corpo de Angel se fundisse ao
dela, como se suas almas voassem juntas ao som daquelas musicas. Sentia-se
unida a Angel, como num pacto não entendido e não revelado. (...) pág.51
In: Solares, Bertha. Um Ano, Dois Verões: Ed.
Brasiliense, SP, 2001.
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