De
que me serve fugir
De morte, dor e perigo,
Se me eu levo comigo?
Tenho-me
persuadido,
Por razão conveniente,
Que não posso ser contente,
Pois que pude ser nascido.
Anda sempre tão unido
O meu tormento comigo,
Que eu mesmo sou meu perigo.
E,
se de mi me livrasse,
Nenhum gosto me seria.
Quem, não sendo eu, não teria
Mal que esse bem me tirasse?
Força é logo que assim passe:
Ou com desgosto comigo,
Ou sem gosto e sem perigo.
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