As coisas mudam mesmo . Antigamente se escrevia cartas. Manuscritas porque, mesmo depois da invenção da máquina de escrever, era considerado deselegante mandar uma carta pessoal datilografada. Hoje se diz digitar , o que no fundo é a mesma coisa porque o teclado do computador é igual ao de uma máquina de escrever. Lembro que na minha adolescência eu fui fazer "escola de datilografia" . Não fui uma boa aluna , mas aquele treinamento me ajudou a passar em alguns concursos porque "Datilografia" era uma prova eliminatória.
Não...não faz tanto tempo assim . Bem ...acho que já faz algumas décadas, mas o assunto é outro . O assunto são as cartas, as missivas ou epístolas manuscritas. Sinto falta de não receber mais uma carta pessoal. Elas revelavam além do seu próprio conteúdo o carinho que a pessoa que escrevia tinha com a gente na escolha do papel , do envelope bonito e da caneta de cor diferente. Hoje os e-mails são mais rápidos , mas não são cartas. Costumo pensar que e-mails são mais parecidos com os telegramas. Poucas palavras, abreviações e na maioria das vezes sem emoção. Claro que existem pessoas que escrevem bastante e deixam suas emoções navegarem pelo "infomar" , mas são poucas.
Sinto saudades das cartas. Da emoção de abrir um envelope . De sentir o perfume numa carta de amor. Sim eu já mandei cartas perfumadas . Não. Não recebi cartas perfumadas. Acho que sempre fui mais romântica do que as remetentes. Já não sou mais jovem , mas quem sabe um dia eu ainda receba uma epístola , uma missiva, uma carta de amor. Manuscrita num papel bonito e toda perfumada.
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